
Catequese: “Como pai, Deus educa seus filhos e, quando erram, corrige-os favorecendo o seu crescimento no bem”
Mais
uma audiência geral do Papa Francisco na praça de São Pedro acompanhado
por milhares de peregrinos de todo o mundo, nesta quarta-feira. O
pontífice refletiu sobre a relação entre a misericórdia divina e a
correção.
Como
de costume, antes do início da audiência, o Santo Padre deu uma volta
no papamóvel pelos corredores da praça, para, assim, poder cumprimentar
mais de perto os fiéis ali reunidos. Muitos levantavam suas faixas e
bandeiras, e mostravam sua proximidade e entusiasmo pela passagem do
Pontífice. E enquanto isso ele parava de forma especial quando se
aproximavam algumas crianças, para dar-lhes a sua bênção.
No resumo da catequese que Francisco fez em português disse o seguinte:
“Na
Sagrada Escritura, aparece Deus também com a amargura de um pai
desiludido: gerou e fez crescer filhos, que agora se revoltaram contra
Ele. Embora ferido, Deus deixa falar o amor e faz apelo à consciência
destes filhos degenerados, para que se convertam e se deixem amar de
novo. A missão educativa dos pais tem em vista fazer crescer os filhos
em liberdade, torná-los responsáveis, capazes de fazer o bem. Mas, por
causa do pecado, a liberdade torna-se pretensão de autonomia absoluta e o
orgulho leva à contraposição e à ilusão de auto-suficiência. A
consequência do pecado é um estado de desolação geral. Onde se rejeita
Deus e a sua paternidade, não é possível haver vida: a existência perde
as suas raízes, tudo acaba pervertido e aniquilado. Mas também esta
dolorosa situação visa a salvação. Como pai, Deus educa seus filhos e,
quando erram, corrige-os favorecendo o seu crescimento no bem. A
provação é enviada para que possam experimentar a amargura de quem
abandona Deus, vendo o vazio desolador duma opção de morte. O
sofrimento, derivado duma decisão autodestrutiva, deve fazer reflectir o
pecador para o abrir à conversão e ao perdão. A punição torna-se o
instrumento para fazer reflectir. Vemos assim que Deus sempre quer
perdoar ao seu povo: Ele não destrói tudo, mas deixa aberta a porta à
esperança. O caminho do regresso não passa tanto pela multiplicação das
ofertas rituais do culto – que devem exprimir a conversão e não
substituí-la – como sobretudo pela prática da justiça. O culto sim, mas
oferecido com mãos puras, evitando o mal e praticando o bem.”
Em
seguida, cumprimentou os peregrinos de língua portuguesa, especialmente
os fieis da paróquia Nossa Senhora do Lago de Brasília.
“Amados
peregrinos de língua portuguesa, cordiais saudações para todos vós, de
modo especial para os fiéis da paróquia de Nossa Senhora do Lago de
Brasília. Sobre os vossos passos, invoco a graça do encontro com Deus:
Jesus Cristo é a Tenda divina no meio de nós. Ide até Ele, vivei na sua
amizade e tereis a vida eterna. Sobre vós e vossas famílias desça a
Bênção de Deus!”
Depois
de completar as saudações em diferentes línguas, Francisco dedicou umas
palavras aos jovens, doentes e recém-casados. Dessa forma recordou que
depois de amanhã será a primeira sexta-feira do mês, dedicada à devoção
do Coração de Jesus. Por isso pediu aos jovens que passem o dia que
lembra a morte de Jesus “com especial intensidade espiritual”. Convidou
os doentes a olhar a cruz de Cristo “como apoio para o vosso
sofrimento”. E para concluir exortou os recém-casados a exercitar na sua
vida conjugal “o jejum das obras do mal e a prática das virtudes”.
Fonte: Zenit
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